Indígenas de Guajará-Mirim em Rondônia (Divulgação) |
O território indígena Igarapé Lage, localizado na fronteira do Brasil com a Bolívia em Rondônia é uma das últimas áreas que não havia sido impactado pelos agressores ambientais.
Mas com incentivo do governo federal e as políticas antiambientalistas do governador Marcos Rocha e dos deputados da Assembleia Legislativa, os indígenas passaram a relatar inúmeras ameaças ao seu território.
Na última sexta-feira (29), aconteceu no município de Guajará-Mirim, distante 330 quilômetros de Porto Velho (RO), uma reunião com lideranças indígenas da região de fronteira do Brasil com a Bolívia, no estado de Rondônia. O objetivo do encontro foi falar sobre a situação de invasões na Terra indígena Igarapé Lage.
“A gente nunca tinha ouvido falar em invasão de terra aqui e agora estamos vivendo isso dentro do nosso território", diz o professor indígena, Nelson Morete.
Outro debate foi sobre a questão do pedido de retirada do atual coordenador regional da Funai de Guajará-Mirim, Euro Ferreira Guedes.
Em junho deste ano, indígenas de 26 aldeias realizaram uma semana de protestos pedindo a saída do atual coordenador.
Segundo os índios, o coordenador da Funai uma gestão anti-indígena que não dialoga com os povos indígenas daquela região, dificulta a escoação de produção da agricultura familiar, além de impedir a execução de vários projetos nas terras indígenas, como, por exemplo, a instalação de internet nas aldeias.
Rondônia é um dos estados brasileiros mais impactados pelo desmatamento e grilagem de terras em razão da expansão do agronegócio.
“Nós estamos aqui a mercê da sorte!”, afirma o líder indígena Arão Oro Waram Xijein.
De acordo com os indígenas, uma denúncia formal deve ser apresentada ao Ministério Público Federal no início de agosto.
O líder maior do Povo Paiter Suruí, Almir Suruí, falou sobre todos os problemas indígenas na região.
Entres eles, há invasões de terras e a importância de ter políticas públicas que possam defender os direitos dos povos indígenas. Suruí disse da necessidade de os indígenas participaram da política e ajudar a eleger representantes do seu povo.
“A gente precisa está unido. Chegou a hora de mostrar para os políticos que não fazem política com responsabilidade, que nós sabemos fazer política com responsabilidade!”, diz Almir Suruí.