Queimadas na floresta Amazônica (Greenpeace Brasil) |
No primeiro dia de agosto de 2022, o sol amanheceu vermelho, coberto pelos efeitos das queimadas na área urbana e rural de Porto Velho, Rondônia. Tudo resultado do desmatamento provocado pela expansão do agronegócio, que pressiona a derrubada de florestas e os territórios dos povos tradicionais para criação de gado e plantio de soja.
Em razão disso a temperatura também aumentou no estado, assim como houve redução do período de chuvas. Em algumas cidades como na Capital, a temperatura média chegou aos 35 graus com sensação térmica bem maior. Além disso, o clima abafado e seco tem levado muitas crianças e adultos para hospitais com problemas respiratórios.
A cada hora o Brasil perdeu 189 hectares de vegetação nativa ao longo de 2021 —foram 4.536 hectares por dia. A marcha acelerada somou 16.557 quilômetros quadrados de desmate no último ano, equivalentes a quase três vezes a área do Distrito Federal. O valor é 20% superior ao de 2020.
Apenas na Amazônia, o ritmo da derrubada de florestas foi de 1,9 hectare por minuto, o que equivale a cerca de 18 árvores por segundo.
Em todo o país, foram cerca de 191 novos eventos de desmatamento por dia. Para cada ação de desmate, a velocidade média foi de 0,18 hectare por dia em 2021 —contra 0,16 hectare/dia em 2020. Os dados compõem o Relatório Anual de Desmatamento (RAD).
Já na Amazônia, uma nova fronteira do desmatamento responde por 12% do desmatamento do país. Apelidada de Amacro, ela fica entre o Amazonas, o Acre e Rondônia e sofreu um salto de 28,8% no desmatamento em 2021, em relação a 2020.