Seca chega mais cedo no Acre e governo decreta emergência

O decreto tem o objetivo mitigar impactos da seca e intensificar ações de combate a queimadas.
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FRANCISCO COSTA
13 junho 2024
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Acre enfrenta um período de estiagem. (Foto: Alexandre Cruz/Noronha/Sema)

O Acre se encontra em estado de alerta máximo devido à escassez de chuvas, aumento das temperaturas e queda na umidade relativa do ar. 

Diante desse cenário preocupante, o governo do estado decretou, nesta terça-feira (11 de junho de 2024), situação de emergência ambiental em todos os 22 municípios acreanos. 

A medida, válida até 31 de dezembro deste ano, tem como objetivo principal prevenir e mitigar os impactos da estiagem, além de intensificar as ações de combate a incêndios florestais.

Seca antecipada:

O decreto, assinado pelo governador Gladson Cameli, aponta para a redução significativa das chuvas no período, ocasionando a diminuição dos níveis dos rios e cursos d'água. Essa situação, segundo especialistas, pode configurar um quadro de seca antecipada, já que no ano passado o decreto de emergência foi publicado apenas em outubro.

"Com a redução na vazão dos rios, haverá prejuízos às atividades de navegação e transporte, além do isolamento de comunidades e aldeias indígenas, o que pode ocasionar diversos problemas de abastecimento", alerta o documento.

Combate ao desmatamento e queimadas:

O texto também destaca a preocupação com a proliferação de incêndios florestais, intensificada pelas condições climáticas adversas. Para combater esse problema, o decreto prevê a intensificação das ações de prevenção e combate ao desmatamento, fiscalização de ocupações irregulares e queimadas ilegais.

Medidas em andamento:

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), por meio do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental, será responsável por:

Monitorar dados climáticos para subsidiar a tomada de decisões;

Coordenar ações com órgãos estaduais para prevenir e combater o desmatamento;

Fiscalizar ocupações irregulares e queimadas ilegais.

Plano de contingência:

O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, afirmou que um plano de contingência foi elaborado para lidar com os efeitos da seca. O plano envolve a articulação dos três níveis de governo e visa minimizar os impactos da estiagem, especialmente nas populações mais vulneráveis.

Rio Acre em alerta:

O Rio Acre, principal curso d'água do estado, está com uma média de vazante de 5 centímetros por dia. Apesar da previsão de chuvas, elas são rápidas e passageiras, o que pode levar a novas quedas no nível do rio nos próximos meses.

Histórico de secas:

Em 2022, o Rio Acre atingiu sua menor cota histórica em setembro, com 1,25 metro. Naquele ano, o rio já estava abaixo dos quatro metros no mês de maio. Um cenário semelhante foi observado em 2016, ano com a segunda pior seca já registrada.

No dia 6 de março deste ano, o Rio Acre, na capital acreana, atingiu a segunda maior cota histórica (17,91 m), ficando a apenas 51 centímetros da maior cota já registrada pelo manancial (18,40 m), em 4 de março de 2015. A cheia deste ano chegou a afetar diretamente 19 dos 22 municípios acreanos.

Prevenção é fundamental:

As autoridades pedem à população que economize água e evite queimadas, colaborando assim para a preservação dos recursos hídricos e o combate aos incêndios florestais.


Rio Branco registrou a segunda maior enchente da história em 2024 . (Foto: Pedro Devani/Secom -Ac)


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