Por que o povo Cinta Larga e Sabanê ameaçam conflito por territórios em Rondônia?

Autoridades tentam conciliar disputa entre Cinta Larga e Sabanê
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Voz da Terra
28 julho 2024
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Cinta Larga e Nambikwara Sabanê durante início de conflito (Divulgação)

Redação Voz da Terra

Na última sexta-feira (19), cerca de cem indígenas Cinta Larga se dirigiram à aldeia dos Sabanê, mas foram interceptados pela polícia na BR-174, perto do Parque Indígena Aripuanã, a 30 km de Vilhena (RO). Após negociações, os Cinta Larga foram dispersos. O Ministério Público Federal (MPF) tenta mediar o conflito.

A tensão aumentou após uma notícia errada afirmar que uma decisão da Justiça Federal, de 3 de julho, concedia aos Sabanê o direito a uma área dentro do Parque Indígena Aripuanã, terra tradicional dos Cinta Larga. O procurador Leonardo Caberlon esclareceu que essa informação é falsa.


De acordo com o procurador, os Sabanê pedem há quase 20 anos que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) estude a tradicionalidade de uma área no Parque Aripuanã. A falta de respostas do governo federal, levou o MPF a ajuizar uma ação civil pública, exigindo que a Funai realizasse estudos técnicos para identificar as áreas tradicionalmente ocupadas pelos Sabanê.


A decisão de 3 de julho determinou que a Funai criasse um grupo de trabalho para concluir os estudos em até 365 dias. No entanto, a notícia foi mal interpretada, sugerindo que a Justiça já havia reconhecido os direitos dos Sabanê, o que não é verdade.


Diante do risco de conflito, a Funai pediu mais tempo para mediar a situação. Na última sexta-feira (19), a Justiça Federal suspendeu o processo por 90 dias para que o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) busque uma solução consensual entre os Cinta Larga e os Sabanê.


Durante a última semana, o MPF participou de reuniões com ambos os povos e a Funai. No fim de semana dos dias 20 e 21, o MPF esteve na região e colaborou com a Polícia Federal, que elaborou um plano de ação para evitar o conflito, com apoio da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal.


O MPF destacou que a violência não será tolerada e que qualquer violação aos direitos indígenas será investigada. "A solução deve ser pacífica e consensual, com a participação dos dois povos. O MPF continuará acompanhando os trabalhos da Funai e do Ministério dos Povos Indígenas, garantindo um diálogo atento e próximo com ambos os povos", afirmou o procurador.




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