Seca extrema pode ter matado peixes em Rondônia

Cardume de filhotes de pirarucu aparecem mortos em imagens, na região de Guajará-Mirim.
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Voz da Terra
22 julho 2024
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Rio Madeira (Foto: Secom PVH/RO)

Redação Voz da Terra

Cerca de 10 filhotes de peixes da espécie pirarucu foram encontrados sem vida na região de Guajará-Mirim, distante 328 quilômetros de Porto Velho, RO. Moradores locais dizem que a falta de oxigênio e alta temperatura da água pode ter causado as mortes. Esse é o primeiro registro de peixes mortos, desde que o nível dos rios reduziu de maneira acentuada. São mais de 30 dias sem chuva, clima seco e altas temperaturas. 

Nesta segunda-feira (22), o nível do rio Madeira em Porto Velho registrou 2,85 metros, o mais baixo do ano, segundo a Defesa Civil Municipal. Em comparação, no mesmo período de 2023, durante outra seca severa, o rio estava a 5,40 metros. O nível atual é quase metade do ano passado. A marca é histórica, nunca o rio esteve tão seco como agora.

Autoridades públicas alertaram sobre prejuízos econômicos e sociais, incluindo uma crise no abastecimento de combustíveis e mantimentos que chegam à capital pelo rio Madeira. Estado, e prefeitura decretaram situação de crise hídrica emergencial. A União reconheceu que há um cenário de emergência em 17 municípios.

A prefeitura da Capital solicitou do governo federal ações para prevenir e enfrentar a crise hídrica. No documento, destacou a necessidade de planejamento antecipado. Solicitou autorização para o transporte de combustível e outros produtos, tanto por via fluvial quanto rodoviária, para garantir estoques suficientes e mitigar os problemas causados pela seca iminente. 

A prefeitura diz que distribui água potável para várias comunidades e perfura poços artesianos para garantir o fornecimento para os ribeirinhos. 

Mortes de peixes

Pescadores relatam que peixes já estão sendo encontrados sem vida em vários locais. O nível de água baixou tanto que os animais não tem para onde ir. Voz da Terra recebeu relatos de pescadores e vídeos que mostram um pequeno cardume de pirarucus mortos.

"Estamos nessa batalha com a falta de peixe e pouca água no rio. E vamos tentando sobreviver", diz o pescador Hemerson Maia. No Distrito de Iata no rio Mamoré, já é registrado o menor nível de água de todos os tempos, segundo moradores.

"Aqui era para está correndo água ainda nesta época. Não tem mais como pegar peixe no rio. Estamos com um metro abaixo do que é normal", diz o Maia, afirmando que se comparado com ano passado, era para ter muita água. "Infelizmente esse ano deu pouca água, a seca veio mais rápido. Temos que acreditar que vai melhorar", diz.

Os peixes acabam se agitando para tentar sobreviver. Os pirarucus, já não encontram água no habitat que secou rápido, matando a vegetação. Lideranças locais estiveram reunidas, buscam ajuda e vão emitir um relatório sobre a situação.

Na seca de 2023, centenas de botos foram localizados mortos em várias cidades do Amazonas.


Pirarucu morto em Guajará-Mirim (Foto: @ Voz da Terra/Pescadores)


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