Estudo revela impactos das hidrelétricas na Amazônia

Evento em Rondônia e no Pará terá coleta de dados que durou mais de 10 anos no Xingu e Rio Madeira.
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Voz da Terra
3 setembro 2024
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Hidrelétrica de Santo Antônio em Porto Velho, RO (Foto: Divulgação)

Redação do Voz da Terra 

Por mais de 10 anos pesquisadores estudaram os impactos da construção de hidrelétricas na Amazônia. Os estudos envolveram mais de 4 mil pessoas de Porto Velho (RO) e Altamira (PA), por meio de entrevistas e oficinas participativas. Os resultados desse longo trabalho será apresentado na Universidade Federal de Rondônia (UNIR) durante o evento “Hidrelétricas na Amazônia: e depois?”, que acontece no dia 4 de setembro.

Vão participar pesquisadores, representantes de comunidades ribeirinhas e indígenas impactadas pelas hidrelétricas e autoridades. A ideia é apresentar os resultados para comunidades envolvidas no projeto, como populações locais, formadores de políticas públicas das várias esferas governamentais (municipal, estadual e federal) e comunidade científica.

“Ao todo, são mais de 10 anos de estudos científicos em várias áreas do conhecimento com um objetivo comum: investigar os impactos sociais e ecológicos da construção de hidrelétricas na Amazônia”, explica Emilio Moran, coordenador do projeto, da Universidade Estadual de Michigan (EUA) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Altamira receberá o evento, no dia 9 de setembro, na Universidade Federal do Pará (UFPA).

A pesquisa buscou responder a questões importantes sobre o legado deixado pelas hidrelétricas na Amazônia, como, por exemplo:

Qual o efeito do declínio populacional após o crescimento explosivo durante a construção das hidrelétricas?

Como as barragens afetam a pesca, os pescadores e a biodiversidade local?

Qual o impacto sobre o uso e cobertura da terra pelas populações locais?

O estudo teve início em 2013, com o objetivo de analisar os impactos da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A investigação foi renovada em 2020 numa segunda fase com o nome “Depois das hidrelétricas: processos sociais e ambientais que ocorrem depois da construção de Belo Monte, Jirau, e Santo Antônio na Amazônia Brasileira”. Na segunda temporada incluindo as hidrelétricas do rio Madeira. Nessa fase, o projeto examinou os impactos 5 a 10 anos após a finalização das construções dessas três usinas.

O estudo foi realizado através da iniciativa São Paulo Excellence Chairs (SPEC), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e contou com uma equipe interdisciplinar de mais de 20 pesquisadores de várias instituições.

A proposta em Porto Velho é incentivar políticas públicas baseadas em evidências científicas que considerem as populações tradicionais e urbanas impactadas pelos grandes empreendimentos hidrelétricos. Ao promover esse evento, amplitude da pesquisa e sua devolutiva, espera-se fortalecer o diálogo entre a comunidade científica, as populações impactadas e as autoridades, contribuindo para um futuro mais justo e sustentável para a Amazônia.

Serviço:

Evento: “Hidrelétricas na Amazônia: e depois?”

Quando: Porto Velho (4/09)

Onde: Auditório da UNIR Centro (manhã) e Ivan Marrocos (tarde), a partir de 9h.


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