Eleições 2024: avanço da direita na Amazônia é um risco ao meio ambiente

Partidos que negam mudanças climáticas venceram na maioria das cidades da Amazônia.
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Voz da Terra
7 outubro 2024
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Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2024 em Porto Velho, RO. (Divulgação)

Redação Voz da Terra

O negacionismo ambiental é uma bandeira política dos partidos e grupos alinhados à direita. Durante seu governo, Jair Bolsonaro desmantelou políticas públicas e instituições de fiscalização, resultando em anos críticos para o clima no Brasil. Nesse período, as invasões de terras aumentaram 212%, e as atividades de garimpo ilegal cresceram 125%. As emissões de carbono subiram 122%, o desmatamento aumentou 80% e as áreas queimadas cresceram 42%. A exportação de madeira bruta disparou em 693%.

O agronegócio se beneficiou com um aumento de 13% no rebanho bovino e de 68% nas áreas plantadas de soja, além de 58% no milho. Ao mesmo tempo, a fiscalização ambiental diminuiu. De 2010 a 2018, a média anual de autos por infração ambiental foi de 4,7 mil, enquanto nos dois primeiros anos de Bolsonaro esse número caiu para 3,3 mil.

Durante seu mandato, o desmatamento na Amazônia atingiu o maior índice em quatro anos. As emissões de gases de efeito estufa tiveram a maior alta em 19 anos, e as multas por desmatamento na região diminuíram em quase 40%.

Criticado mundialmente por seu desmonte de políticas ambientais, O Partido Liberal de Bolsonaro foi um dos destaques das eleições municipais de 2024, no Norte do Brasil, Amazônia. Bolsonaro ajudou eleger um candidato negacionista do aquecimento global ao segundo turno em Belém, cidade que receberá a cúpula climática da ONU, a COP30, em 2025.

Candidatos apoiados por Bolsonaro venceram em primeiro turno em duas das sete capitais da região: Tião Bocalom (PL) em Rio Branco, Acre, e Arthur Henrique (MDB) em Boa Vista, Roraima. Dr. Furlan (MDB) ganhou em Macapá, Amapá. 

Além disso, bolsonaristas chegaram ao segundo turno em outras quatro capitais: Mariana Carvalho (UB) em Porto Velho, Rondônia; Janad Valcari (PL) em Palmas, Tocantins; Capitão Alberto Neto (PL) em Manaus; e Éder Mauro (PL) em Belém, Pará. Carvalho e Valcari aparecem como favoritos para o segundo turno. 

Em Belém, Mauro enfrentará desafios, tendo obtido 31,5% dos votos, contra 44% de Igor Normando (MDB), apoiado pelo governador Helder Barbalho, da família mais influente do estado. O candidato do PL faz parte da "bancada do garimpo" na Assembleia do Pará e já classificou as previsões sobre o aquecimento global como "exageradas", afirmando não estar "nem um pouco preocupado" com a COP30.

Na Capital de Rondônia, Bolsonaro apoiou Mariana Carvalho. A candidata não apresentou propostas na campanha para diminuir as agressões ambientais, enquanto Porto Velho atravessa uma crise hídrica, desmatamento com fumaça tomando conta das cidades, matando animais e colocando em risco vidas humanas. 

Em Manaus, a maior cidade da Amazônia, Capitão Alberto Neto usou o slogan de Bolsonaro, "Deus, Pátria e Família", e conseguiu 25% dos votos no primeiro turno, enquanto o atual prefeito, David Almeida (Avante), obteve 32%. Almeida tenta afastar a nacionalização da disputa na capital amazonense.


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